Perdida

Decido esperar. Esperar porque "só o tempo dirá", "o futuro traerá coisas boas", "não podemos controlar o mundo" ou "a felicidade bate à porta". Não bate, asseguro-vos que não bate.
Esperar que o trabalho melhore, que ganhemos mais dinheiro, que tenhamos mais responsabilidade. Esperar aquela vida de filme. Ou até a daquele amigo que se saiu bem. Tu não. E por isso esperas.
Aguardas que venha um bom vento, que tropeces com o futuro, que tudo mude de repente.
Não muda.
Então sentes-me perdida e, sem rumo, não podes tomar decisões vitais. E não as tomas, esperas.
Tic-tac. O tempo passa e o futuro não chega. Nem aquela boa casa, bom trabalho, os amigos que são familia. Não chegam. Desiludem-te. Um depois do outro. E enquanto isso tu esperas.
Buscas mapas e placas convertidas em formato de blog. Não serve. Enganas-te. Preenches o tempo como melhor sabes. Vegetas, ocupas, projetas dia a dia.
Até que hà um momento que alguém diz: "Esquece, não adianta esperar". E tu perdida te confessas e aceitas. Paras de deixar passar.

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